domingo, 1 de setembro de 2013

Biópsia Cerebral Estereotáxica

Biópsia Cerebral Estereotáxica. Onde através de um plano cartesiano com três eixos (x,y e z) é possível acertar através de uma agulha o ponto exato dentro do cérebro, marcado préviamente pela tomografia computadorizada.



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sábado, 31 de agosto de 2013

Aneurisma da Artéria Cerebral Média

Aneurisma da artéria cerebral média operado por mim no ano passado junto com meus colegas Dr. André Marques e Dr. Rafael Barros, sob a tutela do Dr. José Renato. A foto foi tirada por mim junto à objetiva do microscópio cirúrgico imediatamente antes da clipagem. A clipagem foi feita sem intercorrências e sem maiores dificuldades já que o colo era estreito e bastante "amigo". A paciente ficou bem, sem sequelas.
 

Dr. Bernardo de Andrada
be.andrada@yahoo.com.br

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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Médicos Cubanos: O que eu não sabia


                Quando criei esse blog havia decidido que não queria aqui ficar falando de política, no entanto, decidi me expressar sobre a polêmica que já se arrasta há algum tempo: a vinda de médicos de Cuba para atuar em áreas pobres onde os médicos nacionais não teriam interesse.

Quando falamos de médicos cubanos, a grande maioria das pessoas não sabe que tipo de profissionais estamos falando, nem o povo, nem jornalistas, nem mesmo muitos de nós médicos. Por essa curiosidade resolvi pesquisar na internet e tentei, da forma mais imparcial que consegui, fazer um resumo.

Os médicos são a principal matéria de exportação de Cuba, mas talvez um tipo de médico diferente do que o Brasil está acostumado. Dispõem de 42.000 trabalhadores de saúde atuando em missões internacionais sendo 19.000 médicos aproximadamente. O programa de medicina humanitária cubana, como é chamado, começou em 1963 a atuar em países de outros continentes, principalmente África e América Latina, como parte da política anti-colonialista do governo cubano.

                Esses profissionais com anos de experiência, segundo o governo brasileiro, tem em seu currículo um vasto histórico de atuação em situações de extrema necessidade ao redor do mundo. Estiveram na independência da Argélia e muitos serviram na artilharia cubana junto a soldados na Guiné-Bissau durante a guerra de independência contra Portugal (por isso têm domínio da língua portuguesa). Uma das maiores atuações desses profissionais foi em Angola, onde ocuparam quase todo o país. Seguindo-se a isso, o programa estreitou fortes laços com a Nicarágua sendo responsável pela assistência sanitária durante a época Sandinista e com influências de um médico argentino que é bastante cubano, Ernesto Guevara, o Chê. Sem falar da atuação dos doutores na Venezuela, onde foram trocados por barris de petróleo enviados por Hugo Chávez à ilha caribenha. São médicos com uma certa característica ideológica militar, e de fato, um histórico de atuação em guerrilhas e áreas de conflito, estivessem participando junto com tropas cubanas ou não.

                São conhecidos por missões humanitárias e têm mais de décadas de experiência em uma espécie de ativismo político sanitário, esses médicos ganharam experiência sim em lidar com adversidades, pois estão preparados para a guerra. Inclusive tiveram presentes em locais devastados por terremotos como o Haiti e Cashemira, além do Sri-Lanka após o Tsunami. Cuba ofereceu 1.500 médicos aos Estados Unidos após a cidade de New Orleans ser devastada pelo furacão Katrina, porém a ajuda foi recusada por Obama por conta do histórico embargo diplomático entre os dois países. Em Honduras obtiveram significativo impacto na redução da mortalidade infantil. De 1963 a 2004, Cuba participou da criação de nove escolas de medicina pelo mundo, são elas:  Yemen, Guiana, Etiópia, Guiné-Bissau, Uganda, Gana, Gâmbia, Guiné Equatorial e Haiti.

Apesar de declararem que a vontade e o objetivo de salvar vidas e melhorar as condições humanas são absolutamente alheios a política, são conhecidos pelo mundo afora como os vetores da ideologia cubana para os outros países. Carregam em si culturalmente a ideologia revolucionária de Fidel Castro, uma espécie de militância. Um dos carros-chefes do programa em seus primórdios, e que até hoje se mantêm, é a expansão da cultura e dos ideais do país, além de ter forte papel na diplomacia do mesmo. São defensores do humanitarismo internacional e continuam recebendo o mesmo salário que sempre receberam em sua nação. Na Venezuela, políticos opositores chamaram os médicos cubanos de “embaixadores de Fidel” e estimularam a população a boicotá-los.

É importante lembrar que é frequente a deserção desses médicos como ocorreu no Zimbábue, na ocasião dois deles foram presos e deportados ao tentarem embarcar rumo ao Canadá. Há relatos também de doutores que desertaram rumo aos Estados Unidos e, contaram na época, com o apoio do presidente norte-americano George W. Bush que foi acusado de estimular essa prática. Luis Zuñig, secretário de Direitos Humanos da Fundação Nacional Cubano-Americana, segundo o Miami Herald em 06 de junho de 2000, disse que os médicos cubanos são trabalhadores escravos que ganham salários miseráveis para reforçar a popularidade do governo da ilha e, além disso, são exportados como commodity. 

Deixo aqui bem claro que não tenho nada contra cidadãos cubanos nem nenhum tipo de preconceito ou xenofobia. Se for para trazerem intercâmbio científico e experiência, além de atender as pessoas necessitadas em áreas remotas do nosso tão grande e vasto Brasil, que sejam bem vindos, mas devemos conhecer sempre um possível segundo lado da moeda. Declaro também que não estou questionando a capacidade e muito menos a experiência desses médicos, acredito que são capazes de trazer influências positivas para o Brasil do ponto de vista da atenção básica e ações sanitárias, mas há de se saber que é um tipo diferente de medicina, e uma dúvida sobre o caráter político e ideológico da medida.

 Fonte: Wikipédia - http://en.wikipedia.org/wiki/Cuban_medical_internationalism

Foto retirada do blog The Image Mirror (http://www.chesafterlife.com/theimagemirror/), localizado no site Che's Afterlife.
 
Foto retirada do site Pragmatismo Político (http://www.pragmatismopolitico.com.br/
 
 
 
Bernardo de Andrada

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Trauma raquimedular durante luta de Jiu-Jitsu


           Muito me chamou atenção o jovem de 15 anos que sofreu um TRM cervical durante um campeonato de Jiu-Jitsu em Vitória, no Espírito Santo. Ele ficou tetraplégico imediatamente após o golpe, ou seja, apresentou perda súbita das funções da medula espinhal. Este órgão consiste em uma espécie de “corda” que se localiza no interior da coluna vertebral e tem a função de conectar o cérebro com o restante do nosso corpo. Infelizmente as lesões neurológicas durante a prática de esportes são mais frequentes do que se imagina.

Os traumas neurológicos como, por exemplo, o traumatismo cranioencefálico e o raquimedular, são muito comuns durante a prática de atividades físicas e suas causas são variáveis. As principais são as quedas e choques corporais, mas também ocorrem choques de objetos contra o crânio podendo causar traumas penetrantes, lembrando o infeliz exemplo do nosso querido piloto Ayrton Senna que teve seu crânio perfurado por um fragmento da barra de direção de seu carro. Os golpes de artes marciais também estão inclusos nesse roll.

Durante a minha residência me recordo de ter participado da cirurgia de um jovem também com trauma na coluna cervical decorrente de um golpe de Jiu-Jitsu. Ele contou com a sorte e teve a medula poupada, depois da cirurgia se recuperou e após um tempo voltou a lutar. Já vi também outras lesões neurológicas durante a prática de lutas como hérnia de disco extrusa cursando com forte dor ciática.
Dentre as lesões neurológicas comuns no esporte também merece destaque a concussão cerebral. Trata-se de um desarranjo do funcionamento dos axônios da substância branca que causa alteração súbita e transitória da consciência seguida de confusão mental, cefaléia e vômitos. Além disso, é importante destacar a possibilidade de sequelas leves porém comprometedoras da cognição como, por exemplo, dificuldade de concentração e raciocínio (síndrome pós-concussão). 

 Há alguns meses postei nesse blog um jogador que sofreu também um TRM cervical durante uma partida de futebol, no vídeo era possível observar a exata cinética do trauma. Na ocasião o jogador permaneceu neurologicamente intacto, ou seja, com movimentos e sensibilidade preservados. Neste novo caso também podemos observar no vídeo o mecanismo da lesão durante o golpe, uma hiperflexão com cabeça e corpo sofrendo vetores com sentidos opostos culminando provavelmente em fratura de corpo vertebral com luxação. Nesse caso, infelizmente, com acometimento da medula espinhal e perda das funções neurológicas abaixo do nível da lesão.



Dr. Bernardo de Andrada - neurocirurgião
Be.andrada@yahoo.com.br

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Um poema para o Papa

Um poema para o Papa Francisco, inspirado em sua visita à cidade do Rio de Janeiro:


Papa Francisco seja bem vindo
Nas terras de Cabral
aqui nós vamos indo...
Habitando a terra dos índios.

Sinta nosso sol e veja nosso mar
Arara Azul, Tucano e Tamanduá
Me perdoe Vossa Santidade
Mas para as nossas mulatas o senhor não pode olhar

Sinta la alegría de nosotros
Sempre falada pelo mundo afora
Mas que está sendo subtraída
Junto com a paz e o sossego lá fora

Aprendemos com o futebol
Esperança aqui tem de sobra
Aos quarenta e sete do segundo tempo
O jogo acaba que se desdobra

Santidade trará a luz
Levará daqui o rancor
E lembrará que nessa terra
Está faltando praticar o amor


Autor: Bernardo de Andrada


Pope Francis waves from the popemobile on his way to the Guanabara Palace afon. Pope Francis landed in Brazil on for his first overseas trip as pontiff to attend the international festival World Youth Day in Brazil, the world's biggest Catholic country. Photograph: Ari Versiani/AFP/Getty Images
Foto retirada do site do jornal The Guardian


Pilgrims with the Argentinian national flag gather by the Christ the Redeemer statue in Rio de Janeiro, Brazil. Pope Francis is due to arrive in Rio today to attend the week-long Catholic World Youth Day.
Foto retirada do site do jornal The Guardian

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Poema do Cirurgião

PARTE 1

Passa o dia no centro cirúrgico
Sem fazer questão de luxo
Só querendo dar o impulso
Pra natureza seguir seu fluxo

Feliz de quem pode tratar
Aconselhar e remediar
E se precisar cirurgiar
Com coragem vai encarar
  
Conhece a fundo a anatomia
E a linhagem da neoplasia
Se um pouco sangra sua cirurgia
Quebra assim a monotonia

Prático e sempre obejtivo
Evita ao máximo ser emotivo
Se frente um caso mais altivo
Logo se torna pensativo

Luta sempre contra a vaidade
E procura pela humildade
Mas bem no fundo ele sabe
Seu trabalho é obra de arte


Autor: Dr. Bernardo de Andrada 



PARTE 2

POEMA DO CIRURGIÃO - PARTE 2

Movimentos com decisão
Sem dúvidas em sua razão
Aspirador a lhe dar caminho
E um bipolar na outra mão

Não sente nem sede nem fome
Concentração é a sua fonte
Enquanto as horas se consomem
Deus trabalha na mão do homem

Coagula os pequenos vasos
Amarra bem forte os mais largos
Seu campo é limpo e arrumado
E pensa nos próximos passos

Segue firme em sua batalha
Sem fazer questão de mais nada
Aos poucos o tumor se acaba
E assim termina sua jornada

Com uma gaze no leito tumoral
Confere se sangra o tal local
Repõe a peça fornto-orbital
E agradece ao seu pessoal

Retira a luva e o avental
E descreve o seu autoral
Diz um adeus bem gestual
E bem discreto deixa o local

Diz-se que é bem sucedido
Ou até mesmo muito sabido
Mas nem todos ali sabiam
Que da ciência ele havia bebido


Autor: Dr. Bernardo de Andrada - neurocirurgião
be.andrada@yahoo.com.br






quinta-feira, 6 de junho de 2013

Hemilaminectomia para remoção de PAF da coluna lombar

    Paciente de 20 anos, vítima de ferimento por PAF na topografia da coluna lombar em L4. O exame radiológico simples e tomográfico evidenciaram o PAF no interior do canal medular. Queixava-se apenas de disestesia em MIE. Submetido a procedimento cirúrgico que consistiu em hemilaminectomia de L4 a esquerda com retirada do PAF. O procedimento ocorreu sem intercorrências e o paciente evoluiu bem no pós-operatório, sem déficit neurológico adicional e sem fístula liquórica. A cirurgia foi realizada por uma equipe de neurocirurgiões de um hospital público da cidade do Rio de Janeiro em 2011.
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    Male, 20 years old, victim of gunshot wound on lumbar spine. X-ray showed the bullet inside spinal canal at L4. The only symptom was numbness on left leg. The patient underwent left-sided hemilaminectomy plus bullet removal, which was epidural. There was no neurological worsening or CSF leak. The surgery was on a neurosurgery department of a public hospital on Rio de janeiro, Brazil, on 2011.



Dr. Bernardo de Andrada
be.andrada@yahoo.com.br

terça-feira, 4 de junho de 2013

Primeiro Tratado de Neurologia Brasileiro Será Lançado em Junho


O primeiro Tratado de Neurologia será lançado no dia 27 de junho de 2013 na cidade do Guarujá - SP. O evento acontece durante o IX Congresso Paulista de Neurologia em uma tarde de autógrafos. Publicação oficial da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e lançado pela Editora Elsevier, o Tratado de Neurologia é escrito por renomados especialistas nacionais e é a primeira obra nacional a apresentar todo o conteúdo referente à especialidade médica. A obra é adaptada à realidade brasileira e aborda mais profundamente, por exemplo, doenças infecciosas no sistema nervoso que têm incidência maior no Brasil e na América Latina.

           Cada capítulo é escrito por um especialista brasileiro de uma subárea da neurologia - médicos, pesquisadores e professores de renomadas instituições universitárias e de saúde do Brasil.

Fonte de consulta para médicos especializados em neurologia, o Tratado é voltado para residentes e profissionais recém-formados que buscam obter o título de especialista na área. A publicação é adaptada à realidade brasileira e aborda mais profundamente, por exemplo, doenças infecciosas no sistema nervoso que têm incidência maior no Brasil e na América Latina.

Um dos destaques é o capítulo sobre Acidente Vascular Cerebral no Brasil, escrito por Dr. Norberto Cabral, que traz a pesquisa do neurologista sobre a existência de tipos de AVC isquêmicos mais prevalentes entre determinado grupo étnico ou área geográfica. O estudo trata, ainda, casos de Acidente Isquêmico Transitório em Joinville (SC) e foi realizado durante um intercâmbio do médico no Reino Unido, por meio de parceria entre a Associação Brasileira de Neurologia (ABN) e Associação Britânica de Neurologia.

A troca de informações em nível internacional é, portanto, uma das bases do Tratado de Neurologia, que pretende transformar os saberes de várias partes do mundo em saberes da “comunidade neurológica”; além de estimular neurologistas e neurocientistas a estarem constantemente atentos aos avanços tecnológicos nas áreas de genética, imunologia e imagem, em benefício de mudanças importantes nas ciências neurológicas: da visão diagnosticista à fase da terapêutica medicamentosa e reabilitadora e, mais recentemente, da preventiva.




SOBRE OS AUTORES

Dr. Joaquim Pereira Brasil Neto é doutor em Ciências Biológicas (Fisiologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diretor científico da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), pesquisador colaborador pleno e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB) e ex-visiting Fellow do National Institute of Neurological Disorders and Stroke, Bethesda, MD, Estados Unidos.

Osvaldo M. Takayanagui é professor titular Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo (USP).
SERVIÇO

Tratado de Neurologia (Editora Elsevier)*
Páginas: 896                 Formato: 21x28cm                Preço: R$ 599
*E-book disponível a partir de Julho nas lojas virtuais Kobo, Amazon, Google, iba, Cultura, Gato Sabido, Positivo, eBook Cult, entre outras.


COQUETEL E SESSÃO DE AUTÓGRAFOS: 27 de junho, às 15h30.
LOCAL: Estandes da editora Di Livros (7A e 7B) -
Congresso Paulista de Neurologia - Hotel Sofitel Jequitimar: Av. Marjori da Silva Prado 1100, Guarujá (SP).


Sobre a Elsevier
No Brasil, a Elsevier publica os principais livros da área de saúde e consagrados há centenas de anos em todo o mundo - a maioria deles acompanhados de material complementar na web. A editora também produz revistas científicas de importantes sociedades médicas e oferece uma série de produtos eletrônicos e digitais inovadores, como Science Direct, ClinicalKey, Scopus e databases bibliográficas.

Vídeo: Cinética do Traumatismo Raqui-Medular Cervical em Jogador de Futebol

   O vídeo da queda sofrida pelo jogador do Bragantino, clube do estado de São Paulo, tem um valor científico pois registra toda a cinética desse tipo de lesão. O atleta sofreu um traumatismo raqui-medular cervical segundo a imprensa esportiva.

   O vetor de força agindo sobre o plano axial dissipa a energia cinética na altura da coluna cervical baixa, culminando geralmente com fraturas de corpo vertebral nesse nível. Dependendo da inclinação do vetor essa energia pode causar também lesões ligamentares cursando com deslocamentos e luxações, que em muitas ocasiões, comprimem a medular espinhal e causam tetraplegia. Esse mecanismo de trauma é muito comum no verão em pessoas que mergulham em águas rasas e batem a cabeça de encontro ao fundo, e também durante a prática de alguns esportes sendo o principal exemplo o futebol americano.
   
  O TRM cervical é importante causa de incapacidade, principalmente em jovens e, muitas vezes demandam longo tempo de reabilitação. Na maioria dos casos requerem também intervenção cirúrgica para correção da luxação e estabilização da coluna. O melhor caminho ainda é evitar.





 
Dr. Bernardo de Andrada

sábado, 25 de maio de 2013

Training to acquire psychomotor skills for endoscopic endonasal surgery using a personal webcam trainer

Training to acquire psychomotor skills for endoscopic endonasal surgery using a personal webcam trainer
Please include this information when citing this paper: published online January 18, 2013; DOI: 10.3171/2012.12.JNS12908.
Abstract
Object
Existing training methods for neuroendoscopic surgery have mainly emphasized the acquisition of anatomical knowledge and procedures for operating an endoscope and instruments. For laparoscopic surgery, various training systems have been developed to teach handling of an endoscope as well as the manipulation of instruments for speedy and precise endoscopic performance using both hands. In endoscopic endonasal surgery (EES), especially using a binostril approach to the skull base and intradural lesions, the learning of more meticulous manipulation of instruments is mandatory, and it may be necessary to develop another type of training method for acquiring psychomotor skills for EES. Authors of the present study developed an inexpensive, portable personal trainer using a webcam and objectively evaluated its utility.
Methods
Twenty-five neurosurgeons volunteered for this study and were divided into 2 groups, a novice group (19 neurosurgeons) and an experienced group (6 neurosurgeons). Before and after the exercises of set tasks with a webcam box trainer, the basic endoscopic skills of each participant were objectively assessed using the virtual reality simulator (LapSim) while executing 2 virtual tasks: grasping and instrument navigation. Scores for the following 11 performance variables were recorded: instrument time, instrument misses, instrument path length, and instrument angular path (all of which were measured in both hands), as well as tissue damage, max damage, and finally overall score. Instrument time was indicated as movement speed; instrument path length and instrument angular path as movement efficiency; and instrument misses, tissue damage, and max damage as movement precision.
Results
In the novice group, movement speed and efficiency were significantly improved after the training. In the experienced group, significant improvement was not shown in the majority of virtual tasks. Before the training, significantly greater movement speed and efficiency were demonstrated in the experienced group, but no difference in movement precision was shown between the 2 groups. After the training, no significant differences were shown between the 2 groups in the majority of the virtual tasks. Analysis revealed that the webcam trainer improved the basic skills of the novices, increasing movement speed and efficiency without sacrificing movement precision.
Conclusions
Novices using this unique webcam trainer showed improvement in psychomotor skills for EES. The authors believe that training in terms of basic endoscopic skills is meaningful and that the webcam training system can play a role in daily off-the-job training for EES.
 

terça-feira, 21 de maio de 2013

O Efeito Angelina

O Efeito Angelina: Foto da Capa da Revista Time
 
A atriz Angelina Jolie foi submetida à uma mastectomia radical bilateral preventiva recentemente afim de se evitar um câncer. Fala-se agora do Efeito Angelina, que seria muito mais do que discutir se a decisão da atriz teria sido correta ou precipitada e envolve temas complexos como tecnologia, genética, ciência, medicina, crenças, filosofia, comportamento, ética e psicologia.
Hoje resolvi falar sobre seios. Seios que são fonte de nutrição para o desenvolvimento das crianças de nossa espécie. Seios tão belos e tão admirados pelos homens. Mas queria falar especificamente dos famosos seios que foram cortados recentemente da atriz Angelina Jolie. Essa atitude faz refletir bastante como a medicina está em constante mudança. Crenças novas são adotadas em função de recentes descobertas, mas para que servem ao certo estas descobertas? Será que estamos acertando nessas decisões? Será mesmo que desenvolveria o tal câncer ou será que acreditou muito em um gene? Talvez só o “efeito borboleta” nos responderia essas questões. Da mesma forma e na mesma velocidade, métodos diagnósticos e terapêuticos são deixados para trás, simplesmente passam a não prestar mais, passam a não valer mais a pena. Paralelo à evolução e a constante transformação da verdade na medicina, existe uma série de interesses exercendo significativa influência, principalmente de origem financeira e política.
 
Algumas práticas semelhantes a essa já eram adotadas antes como, por exemplo, a retirada do cólon (intestino grosso) em uma doença familiar que causa pólipos e que posteriormente evoluem para câncer. Mas convenhamos que apesar de os órgãos terem igual importância, o cólon é um órgão interno e não mexe com uma questão essencial e que faz parte das mulheres, a estética.
 
Muito me assusta determinados modismos na medicina, que muitas vezes chegam como verdade absoluta e nova promessa de revolução, mas tão rápido nos abandonam e passam a ser desacreditados, como algo que não vingou. Nunca me esqueço de uma palestra que assisti do Professor Dr. Samii em um congresso de neurocirurgia que ao ser solicitado a mandar uma mensagem aos jovens cirurgiões disse exatamente isso, que se preocupava com os modismos e que os mais novos deveriam ter cautela com as novidades.
 
A medicina hoje está realmente muito avançada e há alguns anos entramos no campo da genética. Viemos descobrindo o papel de alguns genes em determinadas doenças, traçando assim estratégias para o tratamento e, principalmente, para a prevenção de moléstias, principalmente o câncer. O gene BRCA1 já foi descoberto há alguns anos, não é tão novidade assim para os cientistas, mas ainda vem sendo estudada e lapidada como toda descoberta pelos médicos na prática. Uma difícil, porém eficiente tarefa da ciência é tentar encontrar um correto link entre as descobertas feitas em pesquisas no laboratório e a prática clínica, a vivência no dia a dia dos médicos. Fiz um levantamento no PubMed e vi muitos artigos ainda discutindo o correto uso deste exame que detecta esse determinado gene, o BRCA1. Ele é sim relacionado ao alto risco de desenvolvimento do câncer, mas como usar essa informação na prática clínica e qual seria a conduta correta? Mastectomia radical preventiva em todas as mulheres BRCA1 positivas? O que eu quero dizer é: Será mesmo 100% a relação entre o câncer e este gene? A medicina é muito efêmera para tamanha confiança em uma conduta ainda não unânime. Às vezes me assusta ver que chegamos a tal nível.
 
Esse tipo de atitude é retroalimentada pelo medo dessa doença. Quando informada que possui um gene que aumenta o risco de ter câncer, o cérebro logo associa essa palavra à morte, e assim começa um ciclo vicioso formado por medo e ansiedade que, por sua vez, torna a vida insuportável de maneira que ela prefere retirar logo os seios e voltar a viver. Junto com o par de seios sairá também o medo, a angústia e a ansiedade, e voltará a sensação de liberdade.
 
                Enfim só nos resta aguardar e esperar para ver se essa técnica profilática vai realmente vingar, amadurecer e se firmar como método, ou se daqui a algum tempo será abandonada. Espero que futuramente possa haver uma técnica diagnóstica que detecte o tumor no mesmo dia em que ele surgir, uma coisa ainda a nível celular. Assim seria possível detectar o momento exato do surgimento do clone celular com a mutação, nos dizendo o tempo exato para a realização da cirurgia. Deixaria assim a mulher viver mais tempo com seus seios e não precisaria passar pela situação de retirá-los logo, mesmo que ainda saudável, para ser livre.
 
Bernardo de Andrada


terça-feira, 7 de maio de 2013

O Hospital Público Serve para Servir...

Charge retirada do humortadela.com.br


Bom dia, eu sou o Hospital Público.
Nasci aqui nesse mesmo quarteirão há muitos anos atrás,
Meu nome homenageia uma pessoa geralmente respeitável e benfeitora,
vim até esse mundo única e exclusivamente para servir,
mas com o tempo acabei ficando também muito famoso.

Sirvo para muitas coisas.
Sirvo para atender, curar e tratar,
acudir, amparar e remediar.
Sirvo como emprego para muitas pessoas.
Sirvo comida quente, banho e remédio.

Acabo servindo também para gerar emoções.
Felicidade, esperança, alívio, tristeza, raiva e revolta.
Sirvo roupa limpa, travesseiro e cobertor.
Sirvo até como lugar para dormir.
Sirvo de abrigo em dias de chuva.
Sirvo de moradia para alguns sem teto.
E para os que foram abandonados pela família.

Sirvo de lugar para as pessoas conversarem, fazerem amizades e botarem as fofocas em dia.
Sirvo para acomodar macas em meu corredor quando meus leitos estão lotados.
Sirvo para ajudar os políticos a se elegerem.
E sirvo também para manter o emprego de jornalistas.
Sirvo para operar, cortar e costurar.
Nascer, morrer, sofrer e até ressuscitar.
Sirvo para ensinar os jovens estudantes a abrir, retirar, costurar e fechar.
Sirvo para trazer comigo uma série de comércios,
funerárias, material hospitalar, vendinhas de pipoca e algodão doce.
Sirvo também como um grande contribuinte para o mercado de café.


Eu sou o Hospital Público e,
aconteça o que acontecer, continuarei sempre servindo...
 
 
Autor: Dr. Bernardo de Andrada
 

 

sábado, 13 de abril de 2013

A brief history of psychosurgery

To all doctors, we need a little history of medicine. We must learn the past to change the future.
In April 05, 2013, the periodic Surgical Neurology International published a very interesting article about the history of psychosurgery. The author describes the trepanations done in Peru by the Incas to cure mental illness and the respective tools used. He talks about the case of Gage, the man who acquired mental impairment after penetrating brain injury to the frontal lobe. The case become famous and is called "American Crowbar Case". From being a motivated, energetic, capable, friendly, and conscientious worker, Gage changed dramatically into an obstinate, irreverent, irresponsible, socially uninhibited individual. These changes in personality would later be recognized as the frontal lobe syndrome. The author talks about "the lobotomist", Dr. Walter Freeman (1895-1972), who has made transorbital leucotomy by using a modified ice-pick instrument to traverse the roof of the orbit and enter the base of the skull with local anesthesia. Freeman hoped that physicians would use this simple technique to treat hospitalized patients widely.  Many physicians became disappointed with the results, as some patients developed complications or died. But the majority of patients were improved, severe symptoms ameliorated, most families were gratified, and institutionalized patients became more manageable in the various institutions.
Recently, the BBC News showed mentally ill patients held in chains in Indonesia as the picture below. The question is, how should we treat these patients so humanized? Their families need help too. Click in the link to read this news.

Mentally ill patients held in chains
 
 
 
Abstract:
 
Psychosurgery was developed early in human prehistory (trephination) as a need perhaps to alter aberrant behavior and treat mental illness. The "American Crowbar Case" provided an impetus to study the brain and human behavior. The frontal lobe syndrome was avidly studied. Frontal lobotomy was developed in the 1930s for the treatment of mental illness and to solve the pressing problem of overcrowding in mental institutions in an era when no other forms of effective treatment were available. Lobotomy popularized by Dr. Walter Freeman reached a zenith in the 1940s, only to come into disrepute in the late 1950s. Other forms of therapy were needed and psychosurgery evolved into stereotactic functional neurosurgery. A history of these developments up to the 21st century will be related in this three-part essay-editorial, exclusively researched and written for the readers of Surgical Neurology International (SNI).
Keywords: Frontal lobes, institutionalization, lobotomy, mentally ill, psychosurgery, trephination
 
Author: Miguel A Faria
Clinical Professor of Neurosurgery (ret.) and Adjunct Professor of Medical History (ret.), Mercer University School of Medicine; President, www.haciendapub.com, Macon, Georgia, USA
 
The Extraction of The Stone of Madness (or The Cure of Folly) by Hieronymus Bosch. Museo del Prado, Madrid, Spain

Dr. Walter Freeman and the frontal transorbital lobotomy


How to cite this article:
Faria MA. Violence, mental illness, and the brain - A brief history of psychosurgery: Part 1 - From trephination to lobotomy. Surg Neurol Int 2013;4:49
 

How to cite this URL:
Faria MA. Violence, mental illness, and the brain - A brief history of psychosurgery: Part 1 - From trephination to lobotomy. Surg Neurol Int [serial online] 2013 [cited 2013 Apr 13];4:49. Available from: http://www.surgicalneurologyint.com/text.asp?2013/4/1/49/110146

Dr. Bernardo de Andrada
be.andrada@yahoo.com.br

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Incidence of Neurosurgical Wrong-Site Surgery

Artigo publicado na revista Neurosurgery de Abril de 2013 por Jay Vaccani sobre a incidência de neurocirurgias realizadas do lado errado. A incidência de craniotomias do lado errado chega de 2 a 3 por 10.000 nos Estados Unidos.
 
 
Abstract
BACKGROUND: Although exceedingly rare, wrong-site surgery (WSS) remains a persistent problem in the United States. The incidence is thought to be 2 to 3 per 10 000 craniotomies and about 6 to 14 per 10 000 spine surgeries. In July 2004, the Joint Commission mandated the Universal Protocol (UP) for all accredited hospitals.
OBJECTIVE: To assess the effect of UP implementation on the incidence of neurosurgical WSS at the University of Illinois College of Medicine at Peoria/Illinois Neurological Institute.
METHODS: The Morbidity and Mortality Database in the Department of Neurosurgery was reviewed to identify all recorded cases of WSS since 1999. This was compared with the total operative load (excluding endovascular procedures) of all attending neurosurgeons to determine the incidence of overall WSS. A comparison was then made between the incidences before and after UP implementation.
RESULTS: Fifteen WSS events were found with an overall incidence of 0.07% and Poisson 95% confidence interval of 8.4 to 25. All but one of these were wrong-level spine surgeries (14/15). There was only 1 recorded case of wrong-side surgery and this occurred after implementation of the UP. A statistically greater number of WSS events occurred before (n = 12) in comparison with after (n = 3) UP implementation (P < .001).
CONCLUSION: A statistically significant reduction in overall WSS was seen after implementation of the UP. This reduction can be attributed to less frequent wrong-level spine surgery. There was no case of wrong procedure or patient surgery and the 1 case of wrong-side surgery occurred after UP implementation.
ABBREVIATIONS: JC, Joint Commission
UP, Universal Protocol
WSS, wrong-site surgery
 
Author Information
Department of Neurosurgery, Illinois Neurological Institute, University of Illinois College of Medicine in Peoria, Peoria, Illinois
Correspondence: Jay A. Vachhani, MD, Department of Neurosurgery, Illinois Neurological Institute, University of Illinois College of Medicine in Peoria, 530 NE Glen Oak Ave, Peoria, IL 61637. E-mail: jay.vachhani@gmail.com
Received May 24, 2012
Accepted December 04, 2012

Full article:
http://journals.lww.com/neurosurgery/Fulltext/2013/04000/Incidence_of_Neurosurgical_Wrong_Site_Surgery.19.aspx
 

domingo, 24 de março de 2013

Nossos Crânios em Evolução


Esses dias passando pelas imediações de São Cristóvão e gozando da raridade de um tempo a mais decidi passar no Museu Nacional, um casarão na bastante arborizada Quinta da Boa Vista. O museu ocupa o imóvel da antiga residência da família real no Rio de Janeiro, pertence à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e reúne um dos maiores acervos científicos da América Latina. Nesse passeio pelas aulas de biologia do ginásio o que mais me chamou a atenção foram os fósseis de crânios dos nossos ancestrais, que me fez refletir bastante sobre toda a evolução até chegarmos ao presente homo sapiens e a era da internet.

Observando nossos ancestrais e até mesmo os macacos, percebo como ao mesmo tempo somos tão semelhantes e tão diferentes. Essa diferença toda é sem dúvida originada no desenvolvimento do cérebro, que nos permitiu evoluir de simples habilidades manuais para as habilidades filosóficas, matemáticas e científicas em geral. O desenvolvimento do crânio nos tornou conscientes e então viemos conhecer o que realmente somos ou, pelo menos, estamos tentando bolar algumas teorias acerca disso ao longo da história.

Na era das redes sociais poderíamos nos surpreender com o fato de que andar de forma “erecta” foi considerado uma habilidade um dia e caracterizou uma espécie hominídea. Após lascarmos a pedra no período paleolítico para criarmos instrumentos de caça e pesca, escrevemos nossos diários rupestres em paredes de cavernas contando nossos sucessos e fracassos nas caçadas selvagens. Os períodos históricos passaram e conseguimos executar obras faraônicas no Egito, contar com a contribuição de tradições de povos e pessoas (filósofos) que dedicaram a vida a pensar e tentar responder perguntas até encontrarem a razão. É interessante pensar como o sistema nervoso evoluiu de maneira centrípeta, ou seja, primeiro os nervos periféricos seguidos pela medula, que foi acompanhada do desenvolvimento da coluna vertebral e nos permitiu ser homo erectus. Depois veio o desenvolvimento do cérebro, principalmente do telencéfalo, que nos deu um sobrenome que faz alusão ao saber, a sapiência, e um crânio capaz de suportar um maior volume de neurônios. Carregamos até hoje habilidades como pensar, saber, raciocinar, filosofar, debater e concluir. Essas foram aquisições tão importantes na evolução que nos fez mudar o nome da espécie, homo sapiens sapiens, e daqui a algum tempo terão que acrescentar mais alguns sapiens no nome já que a geração video-game vem desenvolvendo muito o intelecto, além dos reflexos e da habilidade de raciocinar rapidamente. Por esse motivo as crianças nos parecem cada vez mais espertas e prometem muitas mudanças no comportamento da humanidade em um futuro bem breve.

Atualmente participamos de uma nova era, a da consciência coletiva. Temos ciência das diversas opiniões através de blogs e do facebook e somos sozinhos capazes de formar uma opinião própria, sem contarmos com a ajuda de grandes correntes manipuladoras. Contando cada vez mais com a ajuda da internet, entramos na era da liberdade da informação, quando processamos informações brutas vindo de diversos veículos de comunicação e formamos uma massa cada vez mais maciça de conclusões personalizadas em nossa mente. O intuito coletivo apesar de reprimido outrora sempre escapa em busca da evolução por outra passagem, atualmente representada pela internet, uma luz no fim do túnel. Nos dias atuais me pergunto como pode um mundo que se considera em evolução filosófica ainda sofrer feridas que sangram causadas pela inveja, raiva, ciúmes e outros sentimentos ruins?

A diferença no tamanho do crânio entre nós e nossos ancestrais não é mera coincidência. Será que teremos uma cabeça maior em um futuro onde o homem respeitará e viverá em paz com o próximo?

"Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente." (Platão, Carta Sétima, 326b).


 
 Crânio do Australopitecus
 Crânio de um Homo Erectus
Australopitecus


Aos que forem visitar o Rio de Janeiro recomendo a visita, parece que estão fazendo melhorias e obras de restaurações. http://www.museunacional.ufrj.br/
 
Bernardo de Andrada

sábado, 2 de março de 2013

O PLEXO BRAQUAL / THE BRACHIAL PLEXUS

My new frame in acrylic paint.
The brachial plexus.



 

Dr. Bernardo de Andrada
Neurocirurgião

domingo, 24 de fevereiro de 2013

SÓ SEI QUE NADA SEI

 
 
"Só sei que nada sei" - Sócrates 
 
Sem sombra de dúvidas é a mais pura verdade sobre o universo de neurônios que é o sistema nervoso, e também sobre as ciências que tentam desvendá-lo. Atuando nessa área posso me sentir como um verdadeiro astronauta em relação ao espaço e suas estrelas e planetas.
 
O cérebro me atraiu muito não só na medicina...
 
Dr. Bernardo de Andrada
 
 

domingo, 27 de janeiro de 2013

SCALES AND CLASSIFICATIONS - NEUROSURGERY

Coletânea das escalas e classificações mais úteis em neurocirurgia
Collection of more useful scales and classifications in neurosurgery
 
Karnowsky:
100% – normal, no complaints, no signs of disease
90% – capable of normal activity, few symptoms or signs of disease
80% – normal activity with some difficulty, some symptoms or signs
70% – caring for self, not capable of normal activity or work
60% – requiring some help, can take care of most personal requirements
50% – requires help often, requires frequent medical care
40% – disabled, requires special care and help
30% – severely disabled, hospital admission indicated but no risk of death
20% – very ill, urgently requiring admission, requires supportive measures or treatment




Wiltse Classification

Classification of Spondylolisthesis
1.) Dysplastic : Congenital malformation of the sacrum or neural arch of L5.
2.) Isthmic: Stress fracture, elongation, or acute fracture of the pars.
3.) Degenerative: Long-standing arthritic process of the zygapophyseal joints.
4.) Traumatic: Neural arch fracture excluding the pars region.
5.) Pathologic: Bone disease – Paget’s, Metastatic disease, or Osteopetrosis.
6.) Iatrogenic: Following lumbar spine surgery

Reference: Wiltse LL, Newman PH, Macnab I. “Classification of spondylolysis and spondylolisthesis.” Clin Orthop Relat Res. 1976 Jun;(117):23-9.




WFNS grade for SAH


Grade
GCS
Motor deficit
I
15
-
II
14-13
-
III
14-13
+
IV
12-7
+/-
V
6-3
+/-




Simpson grade for meningioma resection:

 
 
 
MRC scale
0 – no movement
1 – flicker is perceptible in the muscle
2 – movement only if gravity eliminated
3 – can move limb against gravity
4 – can move against gravity & some resistance exerted by examiner
5 – normal power
 
MODIC CHANGES:
 
Modified Rankin Scale
The modified Rankin Scale (mRS) is a commonly used scale for measuring the degree of disability or dependence in the daily activities of people who have suffered a stroke.'
 
 
0
No symptoms at all
1
No significant disability despite symptoms; able to carry out all usual duties and activities
2
Slight disability; unable to carry out all previous activities, but able to look after own affairs without assistance
3
Moderate disability; requiring some help, but able to walk without assistance
4
Moderately severe disability; unable to walk without assistance and unable to attend to own bodily needs without assistance
5
Severe disability; bedridden, incontinent and requiring constant nursing care and attention
6 Dead
 
Escala de McCormick modificada para tumors espinhais
Modified McCormick scale
I
Intact neurologically, normal ambulation, minimal dyesthesia
II
Mild motor or sensory deficit, functional independence
III
Moderate deficit, limitation of function, independent w/external aid
IV
Severe motor or sensory deficit, limited function, dependent
V
Paraplegia or quadriplegia, even w/flickering movement
 
Meyerding grade
Spondylolisthesis
Categorises severity of spondylolisthesis based upon measurements on lateral X-ray of the distance from the posterior edge of the superior vertebral body to the posterior edge of the adjacent inferior vertebral body. This distance is then reported as a percentage of the total superior vertebral body length:
§  Grade 1 is 0–25%
§  Grade 2 is 25–50%
§  Grade 3 is 50–75%
§  Grade 4 is 75–100%
§  Over 100% is Spondyloptosis, when the vertebra completely falls off the supporting vertebra.
 
Facial palsy in acoustic neuromas: House-Brackmann
 
 
 
 
Glasgow Outcome Scale
Outcome after sever brain damage
1. Dead
2. Persistent vegetative state (no obvious cortical function)
3. Severe disability (conscious but diabled)
 
4. Moderate disability (disabled but independent)
5. Good recovery (return to normal activities wvwn with minor neuro or psychological deficits)
 
 
Frankel Grade
Spinal Cord Function
A complete paralysis
B sensory function only below the injury level
C incomplete motor function below injury level
D fair to good motor function below injury level
E normal function
 
Fischer:
 
Cervical Myelopathy
1. Nurick’s classification system for myelopathy on the basis of gait abnormalities
Grade
Root signs
Cord involvement
Gait
Employment
0
Yes
No
Normal
Possible
I
Yes
Yes
Normal
Possible
II
Yes
Yes
Mild abnormality
Possible
III
Yes
Yes
Severe abnormality
Impossible
IV
Yes
Yes
Only with assistance
Impossible
Reference: Nurick S. The pathogenesis of spinal cord disorder associated with cervical spondylosis. Brain 1972; 95: 87-100
2. Ranawat Classification of Neurologic Deficit
Asia
Muscle strength is graded as
§  0 Total paralysis
§  1 - Palpable or visible contraction
§  2 - Active movement, full range of motion, gravity eliminated
§  3 - Active movement, full range of motion, against gravity
§  4 - Active movement, full range of motion, against gravity and provides some resistance
§  5 – Active movement, full range of motion, against gravity and provides normal resistance [Muscle able to exert, in examiner’s judgement, sufficient resistance to be considered normal if identifiable inhibiting factors were not present]
§  NT – not testable. Patient unable to reliably exert effort or muscle unavailable for test-ing due to factors such as immobilization, pain on effort or contracture.
 
 
ASA
  Presurgical condition for anaesthesia
§  1. Normal healthy patient
§  2. Mild systemic disease
§  3. Severe systemic disease
§  4. Severe systemic disease that is a constant threat to life
§  5. Moribund patient, not expected to survive the operation
§  6. Declare brain-dead patient whose organs are being removed for donor purposes
 
Hunt-Hess
Spetzler e Martin:
 
The Spetzler-Martin AVM grading system allocates points for various features of intracranial AVM's to give a score between 1 and 5. Grade 6 is used to describe inoperable lesions. The score correlates with operative outcome.

The grading system

  • size of nidus
    • small (<3cm) = 1
    • medium (3 - 6cm) = 2
    • large (> 6cm) = 3
  • eloquence of adjacent brain
    • non-eloquent = 0
    • eloquent = 1
  • venous drainage
    • superficial only = 0
    • deep = 1
 
 
 
 
 
Dr. Bernardo de Andrada